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OPINIÃO: O cabrito

Ser empresário é uma escolha de vida. Você troca a convivência tranquila com a família e com os amigos por uma rotina, no mínimo, diferente, de busca diária pela sobrevivência. Aliás, diária não, porque o jogo muda a cada hora, e o dia se torna a escalada de sucesso ou a derrocada ao abismo. Sim, são revoluções por minuto. O amanhecer calmo não lhe diz nada. Só no fim do dia é que você poderá saber se venceu de dois a zero ou se tomou uma goleada. No balcão da fruteira ou ao comando de uma multinacional, a regra é a mesma. Qual foi a "féria" e se ela representou crescimento ou queda. Durante a jornada, por muitas vezes você será provocado a achar um culpado.

O governo, a crise, a concorrência, o sócio, o empregado. A cada minuto surge uma nova possibilidade de terceirizar a culpa. De se livrar da responsabilidade. Mas a equipe é sua, o grupo é seu. Você desenhou o seu negócio, do jeito que achava correto. Com erros e acertos, curvas delineadas e barbeiragens, você fez tudo. E mesmo assim, às vezes parece que os erros não são seus. Ilusão. Você é o responsável, do início ao fim. Quando ganha e quando perde.

Quando lucra e quando quebra. Do elogio à humilhação, o empreendedor é o herói e o vilão. O agente que fez ou que não fez acontecer. Uma opção de poucos, que enxergam na meta uma possibilidade de se superar, e no risco uma grande chance de mostrar a sua coragem. Este é o prazer de empreender. O frio contínuo na barriga. O desafio. O flerte com os perigos do mercado. A ambição legal e saudável. A emoção. Neste mundo não há lugar para o medo, muito menos para a covardia. Reclamar é pequeno, inócuo, contraproducente. Diferente de reivindicar, que até passa. Quem reclama, o faz de alguém, do outro. Quem reivindica, o faz em relação a algo, material, objetivo.

Uma coisa que se quer. De qualquer forma, melhor mesmo é agir por si. Inovar, buscar, conquistar. Nosso mercado atual exige essa postura, do jogador audacioso e convicto. Faz a jogada e olha nos olhos. Assume para si a responsabilidade, aceita a perda, mas busca dentro de si a força para vencer. Fazer é mais que falar, e uma pequena intervenção sua, bem intencionada, convicta, vale mais que mil palavras. O bom empreendedor traz soluções, implementa mudanças, encoraja a sua equipe e, é claro, dá bom exemplo: Baixa a cabeça e trabalha. Cabrito bom não berra.

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